domingo, 23 de outubro de 2011

Derrubando cercas, ampliando territórios


Nada como ir à Redenção, em Porto Alegre, e desfrutar das melhores companhias e o melhor CLIMAO MANERO.

A 15º Parada Livre agradou quem estava esperando uma festa radiante e animada. Já começando pelas apresentadoras, Glória Cristal, Dandara Rangel (a nossa Bombom) e Laurita Leão, que cantaram o Hino Nacional (às 15h) para dar a abertura oficial ao evento. Antes, lá pelas 14h, ainda teve aquecimento com o grupo Você Samba (aquele pagodinho bem na manha, sabe?).

Em seguida, representantes de organizações, que apóiam a Parada, foram até o palco e relembraram da importância de festejar a luta por respeito e igualdade, “Não é preciso que nos aceitem, só é preciso que nos respeitem!”, reforçaram.

Aliás, pela primeira vez, a prefeitura de Porto Alegre estava, de fato, apoiando. Mesmo que, como outros alertaram, ela esteja querendo mudar o local para o Gasômetro. Lugar que nenhum organizador deseja ir, pois a Parada já está consagrada no Parque Redenção. Isso abriu espaço para o momento denúncia, que ficou por conta da fala, mais que aplaudida, de uma das apresentadoras dizendo que estão querendo fechar (cercar) o Parque Farroupilha devido à presença de gays. #FAIL

O mais interessante foi que enquanto o pessoal dava seu depoimento, havia uma moça fazendo a tradução simultânea em libras! #EPICWIN E claro, entre uma fala e outra, as meninas distribuíam as melhores piadas e tiradas, só não deu risada quem não entendeu!

Depois desta parte a festa realmente começou. Covers, covers e mais covers e interpretações, claro. Acho que faltou só a Lady Gaga, porque teve Alcione, Amy Winehouse, Adele, Wanessa Camargo, Beyoncé, Katy Perry, etc.

Então já eram cinco da tarde e estava na hora de iniciar a caminhada, o desfile! Cinco caminhões de som e uma limusine fizeram a galera bater perna na quadra da Redenção. E a animação foi desde a largada até o fim. Disposição de sobra do povo!

Nem só de guris afetados, travestis escalafobéticos e gurias do futebol vive o público LGBT. Ali você pode encontrar seu colega de faculdade, seu vizinho e até um parente. Existem grupos que lutam por reconhecimento do seu trabalho e grupos que estão ali apenas para afirmar o que são, e não o que escolheram como muitos adoram dizer. São simplesmente pessoas que vivem a sua singularidade.

As presenças de muitas crianças chamaram atenção de quem esperava encontrar um monte de pessoas fantasiadas, purpurinas e plumas. Ok havia... Mas os pequenos não estavam de passagem, estavam caminhando, cantando e dançando junto. Nota 1000 para os pais!

E o Love/Pegations que rola em toda manifestação? Nessa não foi diferente. Era pegação na sombra, no baquinho, no palco, na rua #nachuvanafazenda Mas, mesmo não parecendo, não foi nada forçado e nem decepcionante, foi na medida do evento. E nada mais fofo do que ver casaizinhos (de variações diferentes) demonstrando todo o carinho, cuidado e o ciúme!

O encerramento começou por volta das 19h40, e tudo continuou a lá Glória Cristal “no pique, no pique, no pique”. As sombrinhas, para se proteger do Sol, e as bandeiras já estavam a tempos esquecidas, enquanto ainda se ouvia “refri, ceva, água!”. E às 22h, Porto Alegre se despedia da 15 ª Parada Livre, sem transtornos e com o recado dado à população.

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